7.3.08

Por culpa da preguiça


Hoje, quedei-me durante mais tempo que o normal, na preguiça do pós abrir de olhos e pré despertar dos sentidos.
De nariz a espreitar por entre os lençóis, observava, distraída, como o Sol acordara exuberante, capaz de entrar janela adentro rompendo o branco que embaçava os vidros e dava conta do frio da manhã - privilégios de quem está virado a sul!
A medida que ali estava na sorna, controlava o enorme desejo de saltar cama fora, e desenhar com o indicador um outro Sol, mais pequenino, próximo e a brincar, uma casa com chaminé fumegante e um menino com cabelo feitio picos espetados na cabeça, sorriso em quarto crescente, pernas e braços de palitos abertos a abraçar quem entrasse no quarto; enfim, fazer o que as mães detestam que se faça por profanar a imaculada limpeza do vidro a cada manhã fria.
E, entre quente, frio, ficar, levantar, presto mais atenção à Manuela Azevedo e, mesmo sem relação aparente, num acto meio mágico, tudo se encaixa na perfeição e faz sentido:
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“…Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.”

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